quarta-feira, 4 de março de 2015

6 a 27 de março Café Filosófico da CPFL Cultura discute clássicos da literatura

O Café Filosófico da CPFL Cultura, em Campinas, inicia a temporada de 2015 com um ciclo de palestras gratuitas sobre oito clássicos da literatura e da filosofia universais. Os encontros vão ocorrer às sextas-feiras dos meses de março e abril. e na quarta, dia 29 de abril, sempre às 19h. A entrada é gratuita e todos os eventos terão transmissão ao vivo no site cpflcultura.com.br. Sob a curadoria do professor de História José Alves de Freitas Neto, da Unicamp, o primeiro módulo do ano do Café Filosófico pretende estimular a reflexão sobre o mundo contemporâneo a partir da obra de Maquiavel, Cervantes, Thomas Hobbes, Shakespeare, Flaubert, Jorge Luiz Borges, Mário de Andrade e Clarice Lispector. Segundo o historiador, a proposta do módulo é permitir que o grande público seja instigado a ler ou reler os clássicos sem se sentir “intimidado” Entre os palestrantes estarão nomes como José Miguel Wisnik, Leandro Karnal e a historiadora Margareth Rago. Confira a programação do Café Filosófico - “Os Clássicos da Literatura e o Cotidiano”: 06/03, às 19h - Palestra: "O Príncipe e a Mandrágora de Maquiavel e a capacidade de enganar-se". Palestrante: José Alves de Freitas Neto - historiador e professor da Unicamp A Mandrágora, obra escrita para o teatro por Maquiavel, aborda as principais temáticas relacionadas ao pensador florentino. Transposta para o campo da vida privada as discussões sobre o cumprimento das normas, a capacidade de burlar regras, a perseguição de objetivos que produzam a glória e as dificuldades morais postas a cada escolha concreta. Num texto ágil e bem humorado, Maquiavel nos adverte sobre nossos limites éticos e sobre a capacidade humana de enganar-se. 13/03, às 19h – Palestra: "As Ficções de Borges e os labirintos dos livros e do cotidiano". Palestrante : Julio Pimentel Pinto - historiador e professor da USP O universo borgeano é o espaço das leituras e releituras, produzindo espaços de um universo que nem sempre pode ser mapeado ou circunscrito a processos históricos e literários. Cada trecho no ato de ler, cada reinvenção é do leitor, mas também dos aspectos que fazemos do universo ao redor pelo qual, por mais que se busque a linearidade, mais encontramos labirintos. 20/03, às 19h – Palestra: "Dom Quixote de Cervantes e a crise dos sonhos". Palestrante: Janice Theodoro - professora da USP e da UNILA Ser adjetivado como “quixotesco” é um dos motes para pensar as circunstâncias do fidalgo que quer transformar o ideal em realidade. A força imaginativa é confrontada e representada como loucura. O traço heroico e idealista é um espaço para humanizar-se e para descobrir outros aspectos da vida cotidiana e as crises que enfrentamos na capacidade de ousar diante da realidade que se impõe. 27/03, às 19h – Palestra: "Leviatã de Hobbes e as lógicas da força e da punição". Palestrante: Yara Frateschi - doutora em letras e professora de Ética da Unicamp A descrição da guerra total, do enfrentamento entre sujeitos e a adesão a um modelo de governo que tem em suas mãos a espada e o báculo, o poder militar e o religioso, para assegurar o direito à vida é um aspecto que nutre soluções imediatas e de apelo ao rigor da punição nos tempos atuais. O modelo da relação entre indivíduo e Estado é marcado pela ausência da sociedade como corpo constitutivo e, ao mesmo tempo, problemático e de difícil harmonização. A questão a ser enfrentada é: por mais que se critique a lógica da força do Estado, não existe um sentimento latente para que ele puna e castigue o outro e seus comportamentos diferentes?

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