Mostra sobre João Candido em Campinas até 16 de setembro
João Cândido é o “precursor dos Direitos Humanos no Brasil”, nas palavras de Agostinho Silva Filho, coordenador do Projeto Memória, que traz a Campinas uma exposição que resgata a história da vida de um dos líderes da Revolta da Chibata, com 16 paineis e vídeos exibidos no Espaço Cultural do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região a partir desta terça-feira (16).
O projeto itinerante, com entrada franca, fica na cidade até 16 de setembro, e relembra um capítulo da história brasileira do início da década de 1900 que Silva Filho acredita ser pouco difundido, principalmente nas escolas. “Nós, brasileiros, não fazemos ideia da importância da Revolta da Chibata”, afirma, explicando um dos motivos que fizeram o Projeto Memória escolher João Cândido.
O coordenador conta que a equipe das exposições do Memória - formada por sociólogos, historiadores, designers e outros profissionais - dedica um ano para construção da mostra itinerante, tempo que abrange a pesquisa histórica até a finalização dos painéis.
Retratados
Além de João Cândido, já foram tema do projeto o poeta Castro Alves, o escritor Monteiro Lobato, o jurista Rui Barbosa, o navegante Pedro Álvares Cabral, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, o sanitarista Oswaldo Cruz, o sociólogo Josué de Castro, o educador Paulo Freire, entre outros. O próximo será Carlos Drummond de Andrada, adianta Silva Filho.
A escolha dos retratados se baseia nas sugestões que o público pode dar a partir de um formulário disponível nas exposições que circulam o Brasil, e “conforme o momento histórico”, explica o coordenador. Além, claro, da relevância histórica do personagem. Hoje, o Projeto memória expõe no País duas mostras: a de João Cândido, que viaja pelas cidades brasileiras até julho de 2012, e a de Marechal Rondon, que circula até dezembro de 2012.
João Cândido
Foi marinheiro, timoneiro, e um dos líderes da Revolta da Chibata. Apesar de nunca ter sido chicoteado, defendeu os companheiros, vítimas dos injustos castigos corporais praticados nas belonaves brasileiras no início da década de 1900. Deu voz à revolta sussurada nos conveses e apoiou a busca dos marinheiros por direitos humanos.
Quando acusado pela Marinha, assumiu responsabilidades e cumpriu pena por atos considerados desrespeitodos. Por liderar o levante, foi banido da corporação, mas tinha sua bandeira tinha sido erguida: a chibata não seria mais usada na Marinha do País.
O marinheiro morreu aos 89 anos, em 1969, no Rio de Janeiro. Morreu pobre, esquecido, vivendo numa casa simples e sem realizar o desejo que acompanhou toda a sua trajetória após ter sido expulso da Marinha: ser reintegrado à corporação.
Exposição
A exposição itinerante “projeto Memória: João Cândido e a luta pelos direitos humanos”, fica no Espaço Cultural do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região todos os dias, inclusive sábados e domingos, até 16 de setembro, com entrada gratuita.
Serviço:
O quê: Exposição "projeto Memória: João Cândido e a luta pelos direitos humanos"
Quando: de 16 de agosto a 16 de setembro
Horários: segunda a sexta-feira, das 12 às 18 horas; sábados, das 10 às 18 horas; domingos, das 14 às 18 horas
Onde: Espaço Cultural do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
Endereço: Rua Barão de Jaguará, 901, no 1º andar
Preço: gratuito
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