Programação será realizada neste final de semana em Joaquim Egídio, em Campinas
Num quartinho de chão "vermelhão", em Joaquim Egídio, brinca-se de coisa séria. Por lá, aos finais de semana, circulam tipos inusitados, como o maldafado Capitão João Redondo e o espertalhão Benedito. Isso sem mencionar, seres fantásticos de outras paragens, como o próprio Tinhoso. Apesar do tal, que se associa à Cobra das Sete Luas, tudo no Teatro Inventor de Sonhos traspassa o lúdico bom de se rir. Sendo assim, neste sábado (13) e domingo (14) o espaço estará aberto ao espetáculo de mamulengos "Bendito os Benditos" e à oficina de construção de bonecos.
Com um pé na tradição dos tipos do teatro popular, entre os quais os da Commedia Dell'arte, a cena mamulengueira tem lá suas figuras estipuladas. "Na mala de um mamulengueiro não faltam o capitão João Redondo, o Benedito, a Dona Quitéria, o Sargento Bitola, o boi, entre outros", conta Sebastian Marques, líder da trupe. Aliás, cabe exclusivamente ao artista interpretar todas as personagens da história. No total, 20 figuras. "Cada um com uma voz e um trejeito diferentes", destaca.
Já que os personagens são fixos, cabe ao mamulengueiro brincar (interpretar) de fazer a história à sua maneira. Mesmo sendo rigoroso o roteiro, a improvisação sempre tem lugar na fala de quem conduz a história. Em "Bendito os Benditos", Marques (também autor do texto) evidencia a luta de classes entre quem manda (João Redondo) e quem obedece (Benedito). A história ainda tem direito "à cobra que aparece para comer todo mundo, diabo e o Ser Fantástico, que uns acham ser parecido com urso, outros com coruja".
A história, narrada em três atos, vem temperada pela música popular brasileira. Cabe a Vitória Faria, filha de Marques, propor no acordeom toda a trilha da peça. Os ouvidos dos espectadores apreciam os clássicos do sanfoneiro nordestino Luiz Gonzaga, entre os quais "Asa Branca". Produzidos em madeira e mulungu, os bonecos do espetáculo, em cartaz desde 2004, recebem a assinatura de Natasha Faria, mulher de Marques, e do pernambucano Mestre Saúba.
Debaixo do pano de fundo da trama simples e interativa (plateia constrói em parceria) , destaca Marques, mora ensinamentos complexos. Humanidade, por exemplo. "Ele trata do como o homem se relaciona com a sociedade, com a queda de nossas máscaras e as relações de poder. Neste último caso, muitos podem comparar Redondo aos poíticos da atualidade", avalia. Em 2011, por sinal, Marques estreia dois novos espetáculos: o infantil "Curupira e a maldição da Cobra das Sete Luas" e o adulto "Ubu", inspirado no clássico "Ubu Rei", de Alfred Jarry. "Nos dois, os bonecos serão construídos apenas de papel machê".
Oficina
Antes das sessões, a artista Natasha Faria ministra uma oficina de construção de bonecos. De papel machê, claro. Em 1h30 de duração, o participante (indicada para crianças) aprende a montar um boneco. Isso, desde a fabricação da matéria-prima, passando pela modelagem até a pintura e acabamento. "Ao final, num exercício de improvisação, todos os bonecos vão para o teatro. Lá, as crianças encenam uma pequena peça", explica Natasha.
Serviço
O quê: "Bendito os Benditos"
Quando: Sábado (13) e Domingo (14), às 15h30
Quanto: R$ 10
O quê: Oficina de construção de bonecos
Quando: Sábado (13) e Domingo (14), das 14h às 15h30
Quanto: R$ 15
Inscrições antecipadas: (19) 3203-6841 ou (19) 9209-9681
Onde: Inventor de Sonhos - Ateliê e Teatro de Bonecos (Rua Valentin dos Santos Carvalho, 63, Joaquim Egídio, em Campinas. Informações: www.inventordesonhos.com.br
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